. A estrutura de campanha da "Manda Barros" era coisa de cinema. Tinha até um batalhão de homens parrudos , fazendo a segurança. Um deles, que não quiz se identificar mas que é muito conhecido por ser guarda de uma agência da Caixa Econômica Federal, deixou escapar que o contratante teria sido o presidente da Câmara John Alves.
. O deputado federal Odílio Balbinotti, que presidia a Convenção, na condição de presidente provisório do PMDB local, perdeu a calma num certo momento, quando percebeu que havia alguém com um gravador ligado próximo à sua boca. Falou cobras e lagartos, colocou o sujeito pra correr. Segundo informações obtidas pelo pessoal da chapa vencedora, o "araponga" seria CC na Prefeitura, atuando muito próximo do gabinete do prefeito.
. Terminada a votação, os comandantes da chapa de oposição ao PMDB pareciam não acreditar no resultado. "Não é possível, com a estrutura que montamos era pra dar de goleada". Teve gente chorando pelos cantos, perplexa com os 588 a 499 pró crispim.
. A insistência do engenheiro Wanderlei de Oliveira Ernani e fazer parte da executiva inviabilizou uma composição para a formação de executiva. O pessoal do Crispim não queria nem o Wanderlei e nem o médico Antônio Carlos Pupulim, que eram chamados permanentemente de traíras. Diante disso, a chapa Requião ficou com toda a executiva, õu seja, fez cabelo e barba.
. O detalhe interessante dessa convenção é que o deputado Odílio Balbinotti decidiu fazer vogtação aberta, uma precaução exigida por Crispim, para reduzir os riscos de trairagem. Se a votação fosse secreta, talvez o resultado tivesse sido outro. Uma das peemedebistas que gostou de declarar o voto foi a professora Adaleide Colombari, chefe do Núcleo Regional da Edução, pois sobre ela pesavam algumas desconfianças de peemedebistas históricos. Ela fez questão de declinar seu voto em alto e bom som, para que não pairasse nenhuma dúvida sobre sua posição.
A convenção do PMDB foi portanto, uma vitória do própio PMDB, gostem ou não do Crispim. E tem muita gente que tem sérias restrições a ele, principalmente por estar Humberto Cristpim de Araújo dominando o diretório municipal há tanto tempo. Havia saído, devido àquela intervenção que conduziu o então reitor da UEM Gilberto Pavanelli ao papel de interventor. Pavanelli foi um dos que aderiu à chapa "Manda Barros".
A propósito de Crispim, aproveito o momento para reproduzir duas notas do Angelo Rigon, que achei interessante:
Uma nova derrota
" Uma vez escrevi que Umberto Crispim merecia uma estátua em praça pública por ter impedido que o PMDB fosse entrega à deputada estadual Cida Barros. Pois agora acho que merecia duas estátuas.
Crispim impediu novamente que o PMDB fosse entregue aos Barros, e desta vez enfrentando a máquina - aliás, duas, a do Legislativo e a do Executivo. Por isso a vitória da chapa Governador Requião surpreendeu os comandantes da chapa Manda Brasa: estava tudo certo para que o rolo compressor acabasse com o velho PMDB. Quando saiu o resultado, um dos líderes da chapa derrotada não escondeu a decepção: "Com essa estrutura, era para termos ganhado de goleada".
Do motorista ao ocupante de CC-1, da câmara e da prefeitura, quase toda a estrutura oficial foi usada para tirar o PMDB dos peemedebistas e entregá-lo ao condomínio partidário da família. É a truculência do poder, que acabou vencida por uma resistência que, na mesma proporção que diminui de tamanho, se torna mais ranheta.
Ricardo Barros conheceu hoje uma nova derrota contra o PMDB; Crispim, uma nova vitória.
Separados na política, unidos pelo destino no Piauí. A fazenda do deputado Ricardo Barros (PP) chama-se Economiza e fica em Baixa Grande do Ribeiro, a 349 quilômetros de Simplício Mendes, terra natal do peemedebista Umberto Crispim. As terras ficam a 1.869 quilômetros de Maringá"
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