O texto é da jornalista e escritora Cristina Serra, que foi repórter da Globo e aqui se reporta a uma matéria que ela fez para o Fantástico quando Barros era ministro da saúde:
"Era um segredo de Polichinelo a identidade do parlamentar mencionado na
conversa entre Bolsonaro e o deputado federal Luís Miranda (DEM-DF) sobre
“rolos” na compra da vacina Covaxin. O anonimato se mantinha havia
horas na CPI quando o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) furou o tumor:
“Está lhe faltando coragem para falar o nome do deputado federal Ricardo
Barros”.
A pressão, com técnica de interrogatório, funcionou. Na inquirição
seguinte, Miranda, já desestabilizado emocionalmente, capitulou diante da
senadora Simone Tebet (MDB-MS). Esta é a revelação mais explosiva obtida pela
CPI até agora. Indica uma quadrilha incrustada no Ministério da Saúde e aponta
indícios de crimes cometidos por Bolsonaro e Ricardo Barros (PP-PR),
líder do governo na Câmara e expoente do centrão.
Não é surpresa que Barros apareça no “vacinagate”. Trago à memória caso
revelado em 2017, quando ele era ministro da Saúde do governo Michel Temer.
Naquele ano, fiz uma série de reportagens para o Fantástico, mostrando que o
ministério comprou um remédio produzido na China, sem comprovação de eficácia,
para tratar um tipo de câncer muito agressivo que ataca principalmente
crianças.
A alegação do ministério era o preço mais barato do medicamento chinês.
O contrato estava repleto de irregularidades. Foi feito por meio de
triangulação com uma empresa que tinha escritórios de fachada no Uruguai e no
Brasil. Soa familiar? Barros defendeu o contrato e tentou desqualificar as
reportagens.
Na época, 4.000 crianças estavam em tratamento. Médicos se mobilizaram
para manter a importação de outro remédio, usado até então no Brasil e validado
por estudos internacionais. A Justiça chegou a proibir o uso do produto chinês,
mas o ministério manteve sua distribuição. Botar em risco a vida de crianças deveria
ser crime hediondo. Não surpreende que o mesmo personagem apareça agora
no morticínio comandado por Bolsonaro
Comentários
Acho que Ricardo Barros vai se ferrar mas vai ficar na história como o homem que derrubou o Bozo por prevaricação.