Escrevi este texto no dia 29 de maio de 2007, a propósito da interdição da rodoviária velha de Maringá, na época em que a “administração cidadã” condenou o prédio.
"Ví sexta-feira a noite na RTV , que retransmite parte da programação da Rede Minas, uma entrevista com o pai da arquitetura brasileira. Um show de lucidez do centenário Oscar Niemayer. Ele falou de suas obras mais importantes e explicou o porquê da sua preferência pela curva, presente em todos os seus traços. Segundo ele, a curva tem a ver com o humanismo, com o respeito às diferenças.
Ouvindo aquela conceituação pensei logo na rodoviária velha, que tem na sua fachada um grande arco, bem ao estilo Niemayer. Lembrei daquele vão que atravessa o prédio e aquele mezanino, também ao estilo Niemayer. Não sei de quem é o projeto, mas tenho certeza que a rodoviária velha traduz um pouco a história de Maringá. O humanismo era uma espécie de pano de fundo da chegada e partida de cada ônibus nos anos 60. Muita gente desceu naquelas plataformas trazendo caminhões de sonhos e aspirações. Muita gente embarcou, levando frustrações , mas também, experiências de vida e esperança no novo por vir.
Ouvindo Niemayer me convenci que aquele prédio tem sim um grande valor histórico para a cidade. Maringá fez 60 anos e a rodoviária velha , 45.
Eu que vendi muitos exemplares da Folha do Norte nas madrugadas de 64 e 65 naquele prédio, sempre apinhado de passageiros, fico com o coração partido ao saber que ele vai ao chão. Só para registrar a trágica coincidência, a estação ferroviária, de valor histórico ainda maior, foi demolida pelo prefeito Ricardo Barros. A rodoviária será demolida pelo prefeito Silvio Barros II. Seriam os dois irmãos, exterminadores do passado? Ainda bem que o Instituto de Educação é do Estado. Mas acho que o Nereu Vidal Cezar, como genro do saudoso seu Zé, poderia sugerir que algum vereador propusesse o tombamento da Casa Prudentina, na Cerro Azul. E que tal tombar a Casa Estrela, na av. Riachuelo?".
"Ví sexta-feira a noite na RTV , que retransmite parte da programação da Rede Minas, uma entrevista com o pai da arquitetura brasileira. Um show de lucidez do centenário Oscar Niemayer. Ele falou de suas obras mais importantes e explicou o porquê da sua preferência pela curva, presente em todos os seus traços. Segundo ele, a curva tem a ver com o humanismo, com o respeito às diferenças.
Ouvindo aquela conceituação pensei logo na rodoviária velha, que tem na sua fachada um grande arco, bem ao estilo Niemayer. Lembrei daquele vão que atravessa o prédio e aquele mezanino, também ao estilo Niemayer. Não sei de quem é o projeto, mas tenho certeza que a rodoviária velha traduz um pouco a história de Maringá. O humanismo era uma espécie de pano de fundo da chegada e partida de cada ônibus nos anos 60. Muita gente desceu naquelas plataformas trazendo caminhões de sonhos e aspirações. Muita gente embarcou, levando frustrações , mas também, experiências de vida e esperança no novo por vir.
Ouvindo Niemayer me convenci que aquele prédio tem sim um grande valor histórico para a cidade. Maringá fez 60 anos e a rodoviária velha , 45.
Eu que vendi muitos exemplares da Folha do Norte nas madrugadas de 64 e 65 naquele prédio, sempre apinhado de passageiros, fico com o coração partido ao saber que ele vai ao chão. Só para registrar a trágica coincidência, a estação ferroviária, de valor histórico ainda maior, foi demolida pelo prefeito Ricardo Barros. A rodoviária será demolida pelo prefeito Silvio Barros II. Seriam os dois irmãos, exterminadores do passado? Ainda bem que o Instituto de Educação é do Estado. Mas acho que o Nereu Vidal Cezar, como genro do saudoso seu Zé, poderia sugerir que algum vereador propusesse o tombamento da Casa Prudentina, na Cerro Azul. E que tal tombar a Casa Estrela, na av. Riachuelo?".
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