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" É uma pena que o governo federal esteja envolvido no que parece se consolidar, na minha cabeça, como um atentado contra a dignidade humana em Maringá. Estou me convencendo, e os argumentos são fortes e assustadores, de que os milhões do PAC liberados por Lula serão utilizados para uma espécie de "limpeza social" nunca vista antes por aqui.
As informações que tenho, e que pretendo disponibilizar ao longo dos próximos dias, envolvem interesses de partidos políticos para beneficiar a classe mais abastada, e tirar os mais pobres de uma região que vem se desenvolvendo a olhos vistos. A Zona Sul, com a iminente construção do novo Centro Cívico (já começou, com os prédios da Justiça Trabalhista), passa a atiçar interesses milionários. Os pobres do Santa Felicidade são um entrave nesse caminho. O terreno em que eles vivem pode valorizar dezenas de vezes por conta dos empreendimentos entabulados por empresários que têm ligações com políticos de diversos matizes. A prefeitura está propondo simplesmente a retirada dos trabalhadores, que formam a maioria no Santa Felicidade, para outros bairros, como o Jardim Olímpico, dos Pássaros e Cidade Canção, para afastá-los de uma região que começa a se valorizar. Em torno dela já existem diversos condomínios fechados, e grandes obras, como supermercados, estão previstas.
Até agora, a administração municipal do PP preocupou-se, com dinheiro do PT, em priorizar, por exemplo, coisas como o Parque do Japão. Há ainda uma fixação não compreendida de se lotear a área da antiga estação rodoviária, no coração do Centro da cidade. Agora, o Santa Felicidade, fruto até então celebrado do desfavelamento. Tudo que se vê é em função da especulação imobiliária, do lucro fácil a partir da ação do Estado. E o ser humano? Não pensam em transformá-lo, um dia, em prioridade?".

. Do blog do Angelo Rigon

Vale lembrar: é histórica a compulsão da elite maringaense pela expulsão dos pobres da cidade para locais distantes, onde não incomodem e nem atrapalhem o que eles chamam de desenvolvimento. Isso aconteceu no passado com a favela Cleópatra e com o processo de esvaziamento , por exemplo, da vila Operária e do Jardim Alvorada. Por meio de uma política tributária excludente, os pobres desses bairros principalmente, foram compelidos a migrar para Sarandi e, em menor escala, para Paiçandu. Quando o pré-candidato a prefeito de Sarandi Adauto da Silva fala na dívida social que Maringá tem com Sarandi ele está coberto de razão. Esta dívida não é pequena,e aumentou substancialmente na gestão Ricardo Barros (89/92), quando um contingente enorme de maringaenses começou a comprar terrenos em loteamentos sem infra-estrutura naquele municipio (abertos por loteadoras de Maringá). Mas esta é uma discussão que precisa ser bem aprofundada, pois dá até uma bela tese de doutorado.

Comentários

Inconformado disse…
Isso que eles fizeram e continuam fazendo é crime. Não tem outra definição.
Anônimo disse…
Lembro-me de uma entrevista concedida pelo cínico n.º I de Maringá, falando sobre como resolver a greve dos servidores municipais, ocorrida em maio e junho de 2005. Dizia ele: "O povo de Maringá precisa enteder que essa gente não pode morar aqui. Não pode! Não pode!" Parecia um nenê chorão falando pra mamãe que não queria o Pedrinho e seus amigos brincando com seus brinquedos. Bem me lembro, a cidade ficou quase três meses sem coleta regular de lixo, não só pela greve, que foi prolongada pela inabilidade do alcaide, mas também pela falta de investimento no setor(sucatear para privatizar!). E até chegou a ser apresentado um projeto de privatização que, de tão descarado, acabou não dando certo. Bem me lembro, também, no final daquele ano e início de 2006, tivemos a maior epidemia de dengue da história de Maringá. Uma das maiores do Brasil. Se todo mundo que pegou dengue deixar de votar no menino imperador ele vai ter que brincar de ser prefeito em outro lugar. O que estão fazendo no Santa Felicidade é o que, em maior proporção, os nazistas fizeram contra os comunistas, ciganos, estrangeiros e judeus.

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