O presidente do STF, Ministro Gilmar Mendes, pediu e o presidente da Câmara Federal, Michel Temmer tirou imediatamente do ar um programa de debates sobre a Operação Satiagraha, que a TV Câmara vinha reproduzindo. Tres jornalistas debatiam sobre a operação que culminou com a prisão de Daniel Dantas, Celso Pita e Sérgio Naya. Os experientes Jailton Carvalho (O Globo) e Leandro Fortes (revista Carta Capital) questionavam o fato da mídia estar direcionando seu foco para o possível crime de vazamento de informações sigilosas, cometido pelo delegado Protógenes e o silêncio obsequioso sobre o conteúdo (gravíssimo) das invesrtigações. Em determinado momento, o jornalista da Carta Capital lembrou reportagem recente da revista , que envolve o ministro Gilmar Mendes, por supostos "negócios nebulosos que envolvem o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), de sua propriedade".
O ministro mandou tirar o programa do ar, pouco tempo depois de ameaçar um repórter do Acre, por ter lhe feito uma pergunta desconfortável.
O que está em discussão agora é os super poderes do presidente do Supremo. Jornalistas do Brasil inteiro se mobilizam e cobrarm posições firmes do Fenarj - Federação Nacional dos Jornalistas e da ABI - Associação Brasileira de Imprensa. Em nome da democracia e do respeito à liberdade de expressão definida na Constituição Cidadã de 1988, a nossa categoria profissional denuncia também o silêncio sepulcral de lideranças políticas e da subserviência do presidente de uma das casas do Poder Legislativo. E cobra posição também de entidades respeitáveis da sociedade civil, como a OAB e a CNBB.
Isso o que está acontecendo não pode morrer na casca. É preciso que as forças democráticas do Brasil se levantem e se unam, primeiro para dar respaldo a quem realmente combate a corrupção e segundo, para ajudar a por um dique de contenção na sanha ditatorial de autoridades públicas que insistem em caminhar na contramão da história.
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