Trabalhei 15 anos na TV Cultura de Maringá, fui várias vezes a Curitiba cobrir férias no jornalismo do Canal 12, onde a gente sentia a presença do Dr. Francisco em cada canto do Palácio do Batel. Mas nunca o tinha visto pessoalmente. A primeira vez que estive frente a frente com ele foi no começo de 2004, numa visita que lhe fez o prefeito de Maringá, João Ivo Caleffi. A Telminha, secretária do gabinete, foi quem agendou a visita. Teve que enviar até os números das carteiras de identidade das pessoas que o dono da Rede Paranaense de Comunicação receberia em sua sala, no caso o prefeito e eu, na condição de assessor. Fomos muito bem recebidos.
Sobre a mesa do empresário, um papel com a nossa identificação. Muito formal, ele se dirigia ao prefeito chamando-o pelo nome completo. Quando se dirigiu a mim, chamou-me também pelo nome completo. E só nos tratava de senhores.
Sem dúvida, um homem refinado, mas que me pareceu ser de outro planeta, tal o nível de formalidade que imprimia ao seu trabalho , e dizem os mais próximos, à sua vida cotidiana. O que circulava na época pelos corredores do Canal 12 é que só tinha um funcionário que chamava o patrão de Chico, sem o Dr. Era o jornalista Luiz Geraldo Mazza, chefe de redção à época e por quem o empresário tinha um respeito muito grande e uma admiração profunda, embora o tenha demitido depois de muitos anos sem mais e nem porque.
Dr. Francisco Cuna Pereira Filho, cuja grande paixão era a Gazeta do Povo e não TV, morreu ontem aos 82 anos de idade.
O grupo empresarial já vinha há tempo sendo dirigido pelos seus filhos, que o governador Requião chama ironicamente de "os dois filhos de Francisco".
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