Os judeus não foram responsáveis pela morte de Jesus, como insinua Mel Gibson no filme que ele dirigiu sobre as últimas horas do Cristo na Terra. Os responsáveis foram alguns sacerdotes judeus do conselho religioso conhecido como Sinédrio, com Caifás à frente. Assim como Herodes e Judas Iscariotes, Caifás era um patife de marca maior, e não há nada de antissemitismo nesta afirmação. O tal de Sinédrio era inimigo de Jesus, queria vê-lo pelas costas e, com a ajuda do dedo-duro Iscariotes, entregou Cristo aos soldados romanos. A popularidade de Jesus, com os milagres, incomodava os sacerdotes, que temiam o aumento da repressão de Roma por causa da pregação do Messias. Na visão do Sinédrio, Jesus tornou-se incômodo, uma pedra no sapato, no caso, uma pedra nas sandálias dos sacerdotes e dos romanos. A gota d'água, que resultou na prisão de Cristo, foi a ação de Jesus no templo, de onde Ele expulsou os comerciantes ou vendilhões. O comércio no local era controlado por Caifás, segundo alguns estudiosos, e Jesus achava uma afronta fazer negócios no templo, um lugar sagrado. Encurtando conversa: Caifás achava que Jesus atrapalhava os negócios, e decidiu se livrar do Messias.
Também na cruz abusaram de Jesus. O nariz e o queixo foram quebrados, e um espinho da coroa vazou o olho direito. Por aí dá para se ter uma idéia do sofrimento do Cristo, que, se quisesse, incineraria seus algozes, a julgar pelo que está escrito na Bíblia. Ele, no entanto, precisava demonstrar que o espírito sobrevive e é imortal. A ressurreição é a última grande utopia do ser humano, como dizia o saudoso psicanalista Hélio Pellegrino. Temos que acreditar na ressurreição ou na reencarnação, como prêmio, porque não está nada fácil viver neste insensato mundo. Depois de mais de dois mil anos, a figura de Jesus continua muita querida. Um boato não duraria tanto tempo, conforme disse Paulo Francis, referindo-se ao Rei dos Reis.
. Trechos de artigo de Sandro Villar, no blog do Bourdokan
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