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Mais uma pisada de bola na conta da “administração cidadã”

Pode acreditar, mas os médicos do SUS estão proibidos de dar atestado a trabalhadores consultados nas unidades de saúde de Maringá. A ordem é do secretário Nardi, que diz estar respaldado em portaria do Ministério da Saúde, mas uma portaria que ninguém conhece e nem ele revela qual. A negativa está deixando os presidentes de sindicatos obreiros fulos da via. O Jorge Moraes e o Rivail Assunção foram conversar com o secretário em nome da Coordenação Sindical. Em vão, porque Nardi foi enfático: “Acontece que se a gente for liberar atestado pra todo mundo, a prefeitura pára”.

Na verdade, isso foi uma referência direta aos servidores municipais, que na visão dele, Nardi, se puderem justificar suas faltas com atestado médico, os servidores não trabalham.
Os sindicalistas quiseram saber o que os trabalhadores do setor privado têm a ver com isso? Nardi foi evasivo, tentou se justificar mas nada explicou.
No lugar dos atestados, os médicos dos postinhos são orientados a fornecer declarações de comparecimento. O problema é que poucos empregadores aceitam esta declaração e por isso não abonam faltas dos empregados que perderam dia e as vezes dias de trabalho para tratamento de saúde.
Comentei este fato com a presidente do Sismmar, Solange Marega e ela disse que desconhecia, mas adiantou que ser isso for verdade, vai tomar providência. Sugeri que ela fosse conversar com o Presidente do Sindicato da Alimentação, o Rivail, um dos mais revoltados com essa irresponsabilidade da “administração cidadã”.

Em tempo: médico nenhum pode se recusar a assinar atestado para o paciente atendido que solicitar. A recusa significa desrespeito ao Código de Ética Médica (artigo 112), o que é passivo de punição do profissional pelo Conselho Regional de Medicina.

Comentários

DENIS DIAS disse…
não é de hoje que isso acontece. Eu já trabalhei na prefeitura e na época o meu chefe imediato ligava no então CAPSEMA orientando os médicos p/ não dar atestado p/ funcionários públicos do setor.
Anônimo disse…
Olá Messias, segue meu humilde comentário.
Se realmente o secretário disse "que a prefeitura pararia se liberassem os atestados", fez um comentário equivocado, não pode generalizar assim. Uma afirmação que não vai soar nada bem aos servidores.

Mas gostaria de aprofundar um pouco. Como anda a saúde do trabalhador?. O setor de medicina do trabalho não atende as necessidades dos trabalhadores. Vamos lá. Pergunte a algum servidor municipal sobre quando ele foi convocado pela medicina do trabalho para realizar exames de saúde. Servidores estaduais são obrigados a realizarem exames de saúde periódicamente.

Vou mais além. As condições de trabalho e segurança em determinados setores, isso influi diretamente na saúde do trabalhador. E por falar nisso, alguém sabe do resultado da perícia daquele acidente de trabalho em que o servidor morreu ao cair da gaiola enquanto cortava galhos de uma árvore? E os garis que já foram atropelados em serviço, usavam material de segurança adequados?

A administração deveria tratar essa questão de outra uma forma. Servidor é trabalhador. Não estou me referindo aqui aqueles cargos comissionados que ganham altos salários, simplesmente por terem cabos eleitorais.

Dizem por aí que certos cargos de confiança têm medo de faltar ao trabalho.
Eles tem medo que os servidores de carreira percebam que a sua falta não fez falta nehuma...

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