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Que ela nos guie nessa hora


Impressiona o desapreço que o clã tem pela Justiça, pelo bolso dos munícipes e mais ainda, pela inteligência das pessoas. O caso do biopuster é emblemático, na medida em que sintetiza toda a arrogância de gestores que ignoram os princípios mais elementares da democracia. "A lei somos nós", a democracia é na base do "nós mandamos, todos obedecem". O mais trágico é a forma como se apoderam de conceitos sagrados, como "bem comum", "solidariedade", "preocupação social", "preservação da vida", "cuidado com o bem estar coletivo" e, sem nenhum constrangimento, subvertem a ordem das coisas.A força do marketing, oxiginada pelos impostos que todos pagam (e não chiam) dá o tom à lógica goebbeliana, graças à qual, 104.820 eleitores saíram de casa para votar em 5 de outubro sem atentar para a importância do Check-List,normalmente usado para evitar esquecimentos, falhas, desconfortos, prejuízos, etc.

Sobre a nova contratação sem licitação, que é um problema recorrente por aqui,reproduzo o que escreveu a pesquisadora e cientista sociual Ana Lúcia Rodrigues, do Observatório das Metrópoles da UEM:

"Estou perplexa com a notícia matutina de que a taxa de lixo será cobrada na conta de água, levando aqueles que gastam mais água a pagar mais. Me pergunto como uma administração consegue, em tão pouco tempo, ser tão desastrada como esta tem sido com as ações dos últimos dias. Será que não há nenhuma assessoria paga ou nenhuma voz dentre as “entidades” convidadas a legitimar ações como esta, que não se questionou acerca do seguinte: - nesta cidade para poucos, quem paga taxa integral de água são os que não foram agraciados com um poço artesiano em seu quintal num bairro nobre da cidade, ou num prédio de apartamentos ou, ainda, nos enclaves fortificados, também chamados condomínios horizontais. Pois seus registros de água da Sanepar são desligados assim que se alcançam os gastos mínimos. Oras, são exatamente estes cidadãos que têm maior capacidade de consumo, sendo, portanto, os maiores geradores do passivo de lixo nas nossas cidades, que pagarão menos? Alguém, por gentileza, me explique esta equação".

PS: Pois é Ana, explicar até que explicarão. Não convencerão a você, nem a mim e nem a tantos outros maringaenses que se mostram dispostos a questionar absurdos do gênero. Porém, invocando o espírito maligno de Joseph Goebbel,vão tirar de letra esse pequeno embaraço.Bem, a cultura de troça às decisões judiciais de primeira e até de segunda instância, é que pode acabar não prosperando. Que Têmis inspire nossa paciência.

Comentários

Anônimo disse…
Caro Messias. Já era difícil acreditar que a população maringaense aceitasse pagar a taxa de lixo no IPTU e também na conta de água. Quando acabei de ler a matéria, a primeira coisa que me ocorreu foi que, de fato, a existência de enorme quantidade de poços artesianos nos quintais abastados da cidade, complexifica ainda mais essa ação do poder público que, além de arbitrária, carrega em si uma injustiça social sem precedentes nessa cidade. Sem falar ainda das unidades comerciais e, principalmente, das industriais (grandes geradoras de lixo), cujo consumo é fartamente subsidiado. Mas, vamos ao que viemos. Em nome do Observatório das Metrópoles/UEM solicitaremos à Sanepar uma relação do total dos poços artesianos no município de Maringá. Afinal passou da hora de sabermos quantos são os que, usufruindo deste privilégio (não pagar a água que consomem), usufruirão de mais um (não pagar o lixo que produzem).

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