Sempre fico com um pé atrás quando os salários dos legisladores, seja em que esfera for, começa a tomar conta do noticiário. Isso porque o problema mais grave das câmaras municipais, assembléias legislativas e Congresso Nacional não é o olerite, mas a falta de compromisso que os representantes do povo têm com o próprio povo. O salário é uma questão importante sim, mas não é fundamental no processo de moralização do poder legislativo. Já escrevi outras vezes que a qualidade dos vereadores de Maringá tem piorado a cada legislatura. E a cada legislatura a Câmara deixa de cumprir o seu papel de fiscalizadar o Executivo e produzir leis que beneficiem a comunidade local como um todo. Ao invés disso, perde-se na discussão de matérias irrelevantes e no comportamento inadequado da maioria dos seus componentes. A grande tragédia da política brasileira está na qualidade duvidosa dos que são votados para trabalhar em cima de interesses coletivos mas, ao contrário disso, atuam quase sempre voltados para os próprios umbigos.
É de se pensar que execrar vereadores por causa do salário é lançar cortinas de fumaça sobre a atuação predatória da maioria cooptada por interesses escusos. Isto sim é grave, isto sim merece o nosso repúdio e a nossa ação defenestradora. O resto é perfumaria.
É de se pensar que execrar vereadores por causa do salário é lançar cortinas de fumaça sobre a atuação predatória da maioria cooptada por interesses escusos. Isto sim é grave, isto sim merece o nosso repúdio e a nossa ação defenestradora. O resto é perfumaria.
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